C.N - Israel e você são amigos desde a 6° série , conte como vocês começaram na música e formaram a Crossrock .
R.C - Bom eu e o israel viemos de escolas distintas e nos encontramos como você disse na sexta série, pegamos amizade fácil pois eramos os únicos que gostavam de rock n roll na nossa sala, não tínhamos gostos musicais muito definidos e aos poucos fomos conhecendo outros tipos de sons até chegar ao Hard Rock o que para nós era diferente de tudo, então começamos a seguir essa linha que é apaixonante pra gente até hoje. Através de meu tio Edinei comecei a estudar violão com 8 anos, o professor mais faltava do que ia na aula, mas mesmo assim aprendi o básico e daí em diante comecei a estudar sozinho em casa, através daquelas revistas com músicas e cifras escritas. Depois de eu ter conhecido o Israel, de ter começado a escutar Hard Rock e de ter surgido o desejo de ter uma banda, surgiu junto a necessidade de estudar pra valer algum instrumento, então começamos a correr atrás. Lembro que o processo de composição era precário, sempre fizemos letras em inglês, mas naquela época não sabíamos dar nem boa noite (risos) no idioma, escrevíamos em português e íamos traduzindo palavra por palavra sem se preocupar com as concordâncias, mas com o tempo fomos aprendendo, começamos a tocar violão e voz , o israel adquiriu sua primeira guitarra e eu também aí começamos a procurar baterista e baixista, nos apresentamos varias vezes sem baixista pois para nós sempre foi importante o quesito visual glam, anos 80 e nem todos estavam dispostos a encarar isso, mas naquela época esse era nosso diferencial, já não tocávamos tão bem assim e se tocássemos com roupas comuns iriamos passar despercebidos por todos, creio que essas atitudes cooperaram para estarmos onde estamos hoje.
C.N - Atualmente na cena do Metal nacional temos visto vários estilos , Hard Core , Heavy Metal , Thrash , Death , Doom , Metal Extremo , porém o Hard Rock , Hair Metal e o Glam Metal não se fazem muito presentes , como é estar em uma banda que vem fazendo essas propostas tanto no visual quanto no seu som ?
R.C - Pois é, o "mercado" underground está meio saturado de bandas desses estilos, muitas vezes não sabemos qual é qual de tanta banda parecida que tem, como já disse, somos um pouco diferente de tudo que vemos hoje. Não estou dizendo que não gostamos desses estilos, pelo contrário, eu mesmo já cantei em banda de heavy metal melódico e o público para esse estilo é enorme, muito maior do que o público do hard rock, mas o hard rock tem algo que não sei dizer o que é, mas que cativa a todos, pode perguntar pra membros de bandas heavy, thrash, death, grind se gostam de hard rock, a maioria, se não todos, vão falar que gostam, até mesmo porque muitos dos guitarristas que influenciaram a essas bandas vem do hard / heavy. Concluindo, acho que por sermos diferentes, por usarmos pink no lugar de preto, por nosso som não ser tão leve, mas também não tão pesado e pelas pessoas verem o quanto é verdadeiro nosso sentimento pelo Hard Rock, acabam nos aceitando bem no meio do metal nacional.
C.N - A banda tem vídeos bem legais em seu canal no youtube , como foi a produção dos vídeos ?
R.C - Esses videos foram um divisor de águas para nós, temos no momento 3 vídeo-clipes na internet, o primeiro foi When Love Goes Away, a qual regravamos e que logo lançaremos um novo vídeo dela, essa "love ballad" foi gravada em 2011 se não me engano, na tentativa de lançarmos um Ep, o qual não deu muito certo na época, gravamos o vídeo dela e da Any Road com o produtor Adriano Gomez, como dá pra sacar o vídeo da balada é bem simples e em um ambiente interno, já a Any Road foi gravada na estrada, alguns takes no centro de SP, não tínhamos muitos recursos, mas tínhamos um produtor que sabia fazer a correria, corremos atrás de um carro conversível, de motos estradeiras e de uma galera pra fazer a festa no ultimo take do clipe, bem como o hard rock pede, aconteceram alguns imprevistos no decorrer dos dias das gravações, mas no final deu tudo certo. O clipe "Call You" foi gravado pelo produtor Daniel de Sá do estúdio GR de SP no qual estamos finalizando nosso novo álbum, esse vídeo foi algo mais simples, em um ambiente interno, mas que repercutiu muito também e curtimos muito a estética do vídeo.
C.N - Vocês tem feito muitos shows?
R.C - No momento estamos nos dedicando mais a gravação do álbum, antes de começarmos a gravar estávamos tocando todo final de semana, mas agora estamos com média de 1 show por mês, assim podemos nos dedicar mais aos detalhes do álbum, mas logo logo esperamos voltar a rotina de shows.
C.N - Como estão os preparativos para o primeiro álbum full-lenght da Crossrock?
R.C - Estamos na correria para terminar o álbum, só está faltando a gravação de um solo de guitarra e de uma voz para finalizarmos, para nós é um sonho realizado, cada vez que escuto as músicas me seguro para não sair mostrando pra todo mundo, não vemos a hora de estarmos com os cds em mãos.
C.N - Qual o título do álbum , quantas faixas , e o que aborda a temática das músicas ?
R.C - O Título do álbum é "Come on Baby" título de uma de nossas músicas, uma música que também foi uma divisora de águas para nós, é nossa primeira composição depois que a banda se tornou "Crossrock", a música chama a pessoa para lutar do nosso lado contra tudo de ruim que acontece no mundo, desigualdade social, pré-conceitos, religiosidade, corrupção, falta de amor pelo próximo e por aí vai. O álbum vai conter 14 faixas, 12 faixas da Crossrock e 2 bônus do meu projeto solo "Rane's Project". Sobre a temática das letras, como não é segredo para ninguém, somos cristãos e a temática gira em torno do amor ao próximo, abordando vários assuntos como citado acima, desigualdade social, pré-conceitos, religiosidade, corrupção, se a pessoa comprar nosso cd esperando ouvir músicas "gospel" vai ficar um pouco frustrada, não somos uma banda de "white metal" somos uma banda de Hard Rock, nossa vida com Deus é particular, mas é lógico que não vamos fazer letras que fujam dos nossos princípios, não vamos falar de sexo, drogas e rock n' roll, nem nossos "ídolos" pregam mais isso hoje.
C.N - Quais são suas influências musicais e seu vocalistas favoritos ?
R.C - minhas influências são tantas, gosto muito do Steve Lee (antigo vocalista da banda Gotthard) ele é sensacional tanto no cd quanto ao vivo, Tony Harnell (T.N.T) , Michael Sweet (Stryper) outro que me influenciou muito também, um dos primeiros que ouvi quando comecei a escutar hard rock foi o Jon Bon Jovi, Jeff Scott Soto, Jamie Rowe (Guardian e AdrianGale), Steve Perry (Journey), Janis Joplin, Marck Slaughter (Vinnie Vicent Invasion e Slaughter) Tem Keifer (Cinderella) entre outros.
C.N - Já lhe disseram que você tem alguma semelhança com o Tom Keifer vocalista da banda Cinderella ?
R.C - (risos) Já me falaram muito, eu particularmente não acho, mas não posso negar que ele é uma grande influência no visual e no estilo de som, misturando o hard rock com pegadas tradicionais de country, blues e Jazz.
C.N - Muito obrigado pela entrevista o espaço é seu para suas considerações finais .
R.C - Quero muito agradecer ao Chiquinho Nóbrega colaborador do The Undead.Net pela entrevista, dizer a todos para comprarem nosso cd (risos) e que seja o que for que vocês façam, façam e com amor e acreditando que vai dar certo , não vale a pena ser infeliz para agradar opiniões.
Abraços a todos!